INOV CONTACTO

Para quem gosta de estar a par, para quem queria ter entrado no programa, e para quem quer entrar futuramente. Eis as crónicas de uma INOV (mais concretamente, as crónicas de uma C16).

Inscrevemo-nos em 2010. Vamos às chamadas dinâmicas de grupo, onde fazemos um "jogo" de 5 minutos, uma entrevista de 10, fazemos uns testes psicotécnicos de cores e vamos embora. Não recebemos mail nenhum e vemos os nossos amigos a serem chamados para a formação. Ok, não fomos apurados e ninguém nos disse.
Passado 1 ano recebemos um email a dizer que abriram novas candidaturas. Lá fazemos nós o envio da mesma. Passam-se os meses e ninguém ouve falar de nada. Ok, cancelaram o programa, o país está em crise, o normal. Calha-nos sempre a nós.
Mais uns 6 meses e recebemos um email a perguntar se estamos ainda interessados em fazer parte do programa. Sim. Então remeta-nos novamente o seu CV (sim, porque já se passaram dois anos, desde o envio do último).
Durante meses nada se passa e de repente: A BOMBA: olá entraste no INOV CONTACTO, daqui a 3 semanas vais para o CAMPUS e daqui a 1 mês vais mudar de país, para qualquer parte do mundo e voilà, a tua vida muda radicalmente e nem tens tempo de pensar se queres. Quando dás por ti estás a fazer umas dinâmicas de grupo, a ouvir o que têm para te dizer ou a adormecida nas cadeiras do anfiteatro. Ficas nervosa, falas pelos cotovelos e bebes amêndoa amarga nas horas do almoço.

Macau. Escritório de Advogados. Previsível. Não senti o friozinho na barriga que os outros sentiram ao esperar por saber se iam para Madrid, para a Etiópia ou para Cabo Verde. Só estava na dúvida se ia passar o verão em Bruxelas, mas dessa livrei-me bem.

Sou chamada para um estágio em Portugal. A coisa corre menos bem, sou "dispensada" e lá fico eu com o tal friozinho na barriga - o meu futuro está em aberto e parto daqui a uma semana.

Recebo um telefonema - Sara, demos-lhe uma segunda oportunidade, irá para a Martifere. Silêncio. Martifere diz-me algo, grande empresa, mundo inteiro, África, EUA, ÁSIA, BUCARESTE... em Bucareste, na Roménia. Desligo o telefone, choro, digo que não quero ir. Ligo para um C15 que me diz "tens de ir, é muito bom" e uma hora depois estou colada ao facebook a estabelecer contactos, colada ao wikipédia a ver o que é Bucareste, ao google maps, a ver onde é a Roménia e ao Rumbo, para ver viagens para o Kico me ir visitar o quanto antes.

Ok, começa a aventura. Toca a tratar de tudo, que partes dentro de uma semana.

Preparar para a oral, despedir de toda a gente como se fosse por seis anos, sem intervalos, fazer uma mala simples, mas ponderando que agora vou ser uma Sra. Jurista, a sério, e com muito calor, e ainda dar uns mergulhos na praia. Noites mal dormidas, pesadelos de todos os tipos, frio na barriga e falta de ar.

Está quase, quase, e aí começa a aventura.