Bucareste - é preciso vivê-la

Coisas a ter em conta, em Buc:

1) Evitar pagar com cartões em lojas - levantar dinheiro e pagar. Já me falaram imenso em clonagem de cartões. Ainda não me sucedeu, mas dispenso. Também é preciso ter cuidado porque muitas vezes quando levantamos dinheiro, ele não sai. Pedir sempre o papel e consultar sempre a conta na Internet. A sério. Às vezes eles debitam o valor...

2) Cuidado a caminhar nas ruas. Como referi no início, é fácil pisar um cocózinho. Mas não só. Há muitos buracos, e grandes!, na rua e corremos sempre o risco de cair.

3) Ter muito cuidado a atravessar a estrada. Os semáforos demoram MUITO tempo, mas mais vale não atravessar. Eles guiam que nem malucos. Vir preparado para ouvir muitas buzinadelas e comer muita poluição.

4) Falando em poluição, há um gato morto, preso a uma vedação, que protege uns cães vadios, mesmo junto ao meu trabalho. Já faz mais de uma semana. Conclusão, preparem-se que há locais desta cidade em que não se pode respirar. Os sem-abrigo utilizam as casas de banho do Mc. Quando está aberto...

5) No verão (ou fim de Primavera) faz mesmo muito calor. Estão cerca de 36 graus. Logo às nove da manhã já chego ao trabalho esbaforida... Há que levar isso em consideração e ter roupa confortável, tendo em atenção que trazer chinelo no pé as vezes parece pouco higiénico, mas é preferível a morrer de calor. Os mosquitos comem-nos vivos... mas também é preferível a morrer de calor. E as pingas do ar condicionado caem-nos em cima a todo o momento em que passeamos na rua. Mas também é preferível que morrer de calor.

6) Quando vimos do aeroporto, NUNCA apanhar o táxi nas chegadas. Os taxistas têm acelaradores de taximetro e paga-se umas 10 vezes mais que o preço real. Já quando se está na cidade, também é preciso tomar atenção: os táxis costumam ter o preço na porta e devemos escolher sempre os de 1,39 Lei. (há uns de 3,50 Lei... mais do dobro!) E, se possível, não dar a entender que não somos da cidade. Portanto mostrar um ar muito confiante e dizer "Pentru ..." (Para ...). Quanto às gorjetas... não dêem. Eles são pobres e mal agradecidos. No meu entender eu não sou obrigada a dar gorjas a ninguém. Eu também trabalho e a mim ninguém me dá nada extra... Aqui disseram-me que era melhor dar, porque se não eles não fazem pequenos percursos. Dou sempre, e eles fazem sempre má cara. E ontem precisava de andar de táxi, ainda eram uns 3 euros e acham que alguém me levou?

7) Ao andar na rua, ter cuidado, pode haver fios eléctricos pelo passeio. É normal. Mas acho que são inofensivos.

Mas...

Coisas fantásticas, em Buc:

1) Almoço mesmo barato. Cerca de 3 euros e já podemos comer bem. Comida romena ou massas, pizzas, etc.

2) A música de PARABÉNS a você. Cantada com uma energia e entoação que parece o hino nacional! Ainda não consegui meter aqui um filme do youtube mas amanhã há mais uma festa, vou tentar filmar!

3) Sempre que passamos perto de uma igreja, é comum ver-se alguém a benzer-se. A maior parte dos romenos são ortodoxos, e faz parte da religião benzerem-se, à sua maneira, cada vez que passam num lugar sagrado.

4) A música que passa na rádio e na TV. Música muitooooooo antiquada. É bom demais. São aqueles guilty pleasures que sempre tivémos mas que já nem nos lembrávamos. E, todos os dias, ouvimos um diferente.

5) Esplanadas, cafés, bares, restaurantes bem decorados, animados, modernos, com música ao vivo e baratos.

6) As pessoas, as pessoas são fantásticas... simpáticas, prestáveis e facilmente entram no nosso grupo. Querem dar boleia, querem ir jantar, sair à noite, beber café, ir as compras. É bom demais. Há muito calor humano, por assim dizer. Claro que, como em tudo na vida, há sempre excepções... Nem todos sao simpáticos, nem todos são de confiança. Aliás, todos os romenos me dizem que se eu acho os romenos simpáticos então preciso ter muito cuidado, porque provavelmente esses simpáticos querem alguma coisa em troca. Eu não acredito nisso...

7) Há de tudo em Bucareste - loiros, ruivos, morenos, branquelas, escuros, giros, feios. Há mesmo gente de todos os tipos. E tem piada a diferenca das conversas. Por exemplo, para uma que trabalha comigo, pagar 15 € por um quarto duplo com WC num hostel é caro. Ou comprar uma saia a 15 €. E por aí. O que para nós será considerado normal/barato. Já para a minha professora de yoga (nova) e para os respectivos colegas, um workshop de yoga de um fim-de-semana a 100€ é barato, ou um táxi a 5€ é barato. Aliás é "nada". 

Enfim, Bucareste não nos apaixona à primeira, mas é preciso explorar e entrar no espírito. 

Carpe diem (ainda não tinha dito isto no blog pois não?)