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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Desconfundam-me

Sinto-me uma completa esquizo. Ontem saí do trabalho, cansada, frustrada pela sua falta de interesse e fui beber amêndoa amarga com limão. Diverti-me mas baralhei-me, fiquei zonza e decidi apanhar um táxi. Olhei - 1,39 lei/km, o normal. Entrei e fui descontraidamente a ler, a ver se treino o meu inglês. Quando cheguei perto da minha rua disse ao taxista que era ali, mas não era. Que confusão, era na rua depois. Olho para o taximetro e não estava a contar... Avisei-o. Ele finge que não entende, e quando me deixa no fim da minha rua (que só tem um sentido) cobra-me 13,90 (quando a viagem normalmente não passa os 7 lei). Fico histérica. Diz que é táxista particular e que cobra o que entender. Cabrão, para não dizer outra coisa... deixei-me dormir. Fiquei zangadíssima por ter sido a primeira vez a ser verdadeiramente enganada. Hoje, por obrigação e preguiça, apanho outro taxista. Tinha chamado pela central de táxis, para não ser mais burlada, mas acho que apanhei o táxi errado. Não sabia o caminho e não parou de olhar pelo retrovisor do carro e dizer "ma che bella italiana!"
Rir. Se não fazer o quê.

Problemas mensais - senhorias ao ataque. Desta vez é porque é o último mês que cá estou. Pedi para não pagar a renda, já que elas têm retida a caução. Não confio nelas, nem tenho motivos para confiar. Berraria, ligações para a agência imobiliária. Exigem que lhes prove que fui despedida pois só nessa condição me devolvem a caução.

Fácil, achava eu. Falo com os recursos humanos da empresa. A colaboradora (que nome lhe chamarei?) fica chocada. Petrificada com o pedido. Como eu bem sei, por trabalhar no legal, ela não me pode passar uma declaração falsa. É escandaloso. E eu não sou empregada da empresa, não trabalho para eles, não faço parte de nada e por isso nunca podia ser despedida (já me aconteceu o mesmo quando pedi uma declaração para ir ao médico). A sério, é bom dares a cara pela empresa, acordares todos os dias cedo, ainda noite quase, para ires o dia todo enfiares-te num escritório em frente de um computador, para te dizerem que não és nada ali...
Ok, se não sou nada, não sou nada.

Saio ao fim do dia, esperando ter um date com o agente imobiliário (assim ele me prometeu), a fim de falarmos sobre a situação. Perco o ciclo de cinema português gratuito, não vou correr, venho para casa e ainda para mais comer, e fico pendurada. Sem resolver assunto nenhum.

Pesquiso na net para ir à Ópera (no máximo custa 12€... o mais caro), vou para o Metro e tenho ópera gratuita.
Mas os traseuntes que aguardam o metro como eu não parecem muito interessados. Estão mais com aquela cara de parolo que passa e se pergunta "mas que é ito?"... E isso não me lembra Lisboa? Ai lembra pois...
Quem me dera ter um tenor a cantar para mim, em cada longa espera pelo metro ou autocarro, ou nas filas das finanças, segurança social, supermercado.
Porque é que ninguém valoriza o que é bom?

"O pessimismo é excelente para os inertes." Eça de Queirós

 É o que sempre digo no que toca a quem só sabe dizer "estamos em crise". Não por estas sábias queiroseanas palavras... Mas no fundo, serei eu uma inerte?
Ai, desconfundam-me...

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