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domingo, 29 de julho de 2012

Este ano não há Feira do Monte nem qualquer outra "festa da terrinha" de verão. No entanto, há a festa do hino romeno, inclusivamente, em Ramnicu Vâlcea. E garanto, a diferença não é muita - temos carrósseis e carrinhos de choque, música brasileira (e não passa só pelo Gustavo Lima e "ai se eu te pego"); as bancas estão repletas de bugigangas que se compram em qualquer lado do mundo e até os brinquedos de plástico e a cigana a tentar vender o soutien me transportam para o primeiro fim-de-semana de Setembro da minha infância em Santiago. Elas produzem-se, eles andam em grupos. Eles miram-nas, elas cochicham. Famílias juntam-se e saem à rua para comer um Mici ou comer um docinho. Até uma fartura nós vemos.
Já tinha ido visitar o Tiago, lá longe em Lugoj, agora foi a vez de dormir em casa da Mariana. E a conclusão volta a ser a de que eles é que estão bem. A casa da Mariana é tão bonita como a minha, maior, e com vista para o verde da montanha. Não tem baratas e é bastante mais económica. Se no início qualquer um deles ficou inquieto agora pode reconhecer que têm bastante mais qualidade de vida do que vivendo em Bucareste.
A cerca de duas horas de camioneta, juntos das Montanhas de Fagaras, situa-se Sibiu - uma cidade fundada por colonos alemães, no Século XII, foi eleita capital da cultura, há uns anos atrás.
Aqui, e nos arredores, que visitamos sábado de carro, sentimos o contraste: a imponência da riqueza alemã com a desertificação das aldeias. Apenas um elemento as une - a alegria das cores dos edifícios e casas. Tudo cheira a limpo e me traz paz.
Farta de me sentir desconfortável e a fim de relaxar no fim-de-semana, opto por dormir com a Filipa no Hotel Imparatul Romanilor ( http://www.imparatulromanilor.ro/ ). Ao fim do dia vamos refrescar-nos na água morna da piscina interior, com direito a (hidro)massagem e relaxar na sauna. Tomamos um banho (cada uma com direito a uma casa de banho, dentro do mesmo quarto, um luxo!) e dormimos uma sesta.
Ao jantar alguém comenta que a família que se encontra de pé, à espera de mesa, podia perfeitamente ser uma família portuguesa, concerteza! Mas o bigode do pai...o cabelo curto da mãe, vestida toda de branco... naaa, dizem uns... claro que são, dizem outros. Passados uns minutos, o senhor passa por nós. "Desculpe, é português?" "Sorry?" "Are you portuguese" "Yes, I am." "ahhh, nós também!!" Como bons portugueses, a conversa prolonga-se. Como não poderia deixar de ser, fala-se de crise, do voltar a Portugal, do quão está complicado e da miséria da Roménia. Chego à conclusão que as duas filhas do casal, médicas em Coimbra, são amigas da minha amiga Inês Mesquita. Mundo pequeno, claro. Rapidamente deixamos de parte a amiga americana que eles tinham feito no hostel e que jantara connosco, que assim que pôde decide deixar-nos. Como a percebo...

Vale a pena visitar Sibiu. As duas praças principais (Mica, pequena e Mare, grande), a ponte das mentiras, as ruas e até a Basílica Ortodoxa, com uma imponência cromática que deixa qualquer um de pescoço inclinado. Subimos à Torre Sfatului, que tem uma vista circular sobre a vila. Apesar de muito calor e muitas dores nas pernas, valeram a pena os dois lei (cerca de 50 cêntimos). 
Há cafés muito engraçados, como o Pardon Atelier Café & Bistro e o Erasmus, tipicamente alemão. Este último, sendo uma livraria, quase só tem palavras alemãs. Mas lá descobri em inglês o Drácula, de leitura obrigatória para quem já passou tantos dias na Transilvânia.

E bem ao estilo real (ou não...) saímos de Sibiu, de regresso a Bucareste, a nossa charret, mais conhecida como os famosos autocarros romenos, que por um triz não perdíamos e nos fazia não chegarmos a casa...




Arredores de Sibiu

 Parvoíces no hotel


 Piata Mare





Um comentário:

  1. e não descobrires que esses senhores eram padrinhos do filho da porteira de um prédio onde morara uma tia de uma vizinha da tua avó...é porque a conversa não foi mto longa.beijinhoa da avó

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