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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Como impressionar bem uma mãe

Apanhei um susto na sexta feira. Por momentos achámos que a senhora de baixo tinha ido de vez. Vimo-la deitada quando chegámos a casa e, a meio da noite, foi lá o 112. Mas hoje de manhã já ouvimos a televisão e respirei (de nariz tapado) de alívio. Agora ficar sozinha naquela casa era muito chato... Ou meterem lá alguém estranho...

Para primeiras impressões, digamos que a mãe Rita não se pode queixar.  Acabada de chegar almoçámos na Lipscani e vimos logo uma loja, vá, média gira, com coisinhas engraçadas (cf. lista de lojas - Floraria lipscani). 
Ao fim do dia conheceu Bucareste a partir do 18. Já vos falei do 18. É um restaurante perto do parque Herastrau, no 18º andar, com uma vista espectacular. Quando lá fui um dia almoçar tive o azar de apanhar chuva. Mas a minha mãe teve a sorte de ver o fim de um dia de verão, e mais, ir acompanhada pela Filipa que a levou a provar o cheesecake, mesmo estilo Rita – cheio de amêndoa e açucar. A vista de facto é muito agradavél. Desde a piscina do Player,  ao enorme lago do Herastrau, à vegetação que cobre essa parte da cidade e só deixa ver lá bem ao longe a fealdade da construção comunista.
Tomou um Mojito, deu dois dedos de conversa e fico bem impressionada.




E no dia seguinte fomos para Cluj e aí a minha mãe começou a perceber o quão difícil é estar na Roménia e ter a pouca sorte de se viver em Bucareste...
Com o passar dos dias (três, leia-se) já me compreende. Diz que entende que me deprima a agressão social. Não é só psicológico, é visual. Em cada esquina um maluco, em cada esquina um estropiado, um vagabundo, um bêbado, um doente... nada de “em cada esquina um amigo”. Todos diferentes, se misturam na massa de gente agradável e gente menos aprazível mas, digamos, “suportável”. É deveras complicado.  Quem por cá se instala por um período não breve acho que compreende.
8 horas de carro, de Bucareste até Cluj. Sim... foi o que demorámos. Por um lado porque nos perdemos, por outro porque o caminho tem momentos complicados, os cigarros da Rita obrigaram-nos a parar e demorámos hora e meia a almoçar em Sebes. Ficámos mesmo contentes com o preço, quando escolhemos o que comer no Menu. A minha pasta, deliciosa mesmo, a três euros e o bife de vaca da Rita a um preço parecido. Eis se não que vem a conta e afinal o preço do bife era ao peso e serviram-lhe nada mais nada menos que meio kilo. Ficou a digerir o meio kilo de bife até à noite...tanto no estomâgo como no orgulho e atentado à nossa inteligência.

Enfim, como dizemos sempre “Isto é a Roménia”. Chegadas a Cluj já mesmo tarde andámos às voltas à procura do hotel que, segundo o Booking, era a cinco minutos do centro. De táxi, esqueceram-se de acrescentar. Quando lá chegámos até ficámos contentes com o espaço. E no dia seguinte de manhã fui deliciar-me para o Spa. Por sermos duas dos aparentemente pouquíssimos hóspedes a recepcionista disse-me que não estava nada ligado – jacuzzi, aroma terapia e sauna. Disse-lhe que se era só para mim, não valia a pena, ia só para a piscina. Esta era óptima. Água fria, limpa, com uma TV gigante, só para mim. Tentei tomar lá um duche mas a água não aquecia. Quando fomos fazer o check-out a menina queria cobrar-me 10 euros pelo spa. Bem, depois de ter dito à minha mãe que elas eram tão simpáticas que não tinha coragem para me zangar com elas devido à localização do hotel, lá teve mesmo que ser. Então não está incluído, eles não avisam, eu tenho de pagar e só tenho direito à piscina? Ai ai, romenos, aprendam que não se mexe com a Sarucha.
Cluj tem 20% da população com origem húngara. Segundo o taxista mais simpático que já apanhei até hoje (porque era Húngaro...) E era por isso que sábado as ruas estavam tão animadas – era feriado húngaro. Concertos na rua, gente por todo o lado.

O centro é imponente, com fachadas lindíssimas. Esplanadas ao estilo de Timisoara, por exemplo, convidam-nos a sentar e tomar um refresco. Orquestras tocam na varanda da igreja cristã, uma banda rock num palco na mesma praça e um grupo infantil já na praça ao lado.
Petiscámos no Bruno, um bar que também há em Bucareste. E apercebemo-nos de que, apesar do seu tamanho, também Cluj se vê numa hora.
Assim, deu-nos tempo para no dia seguinte fazermos uma viagem de carro alucinante mas impressionante.




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