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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Bucareste está melhor.


Bucareste está melhor. Francamente melhor.
Hoje à saída de casa encontrei uma barata morta. Elas ainda "andem" aí, mas já estão a ficar doentes e semi-aniquiladas.
O calor faz-se sentir apenas durante a parte da tarde. De manhã faz fresco, ao fim do dia faz agradável. Permite ir fazer uma corridinha pela zona onde vivo. E, não me tirassem de lá, a visão que tinha da cidade era outra, completamente mais "enchantée".
Mas se a chegada do "outono" é agradável, é também avassaladora a rapidez com que os dias encurtam. Se no verão cheguei a ver o dia às 5h30 da manhã, agora às 7 ainda é completamente a nossa conhecida madrugada. E se sábado às 20h era fim do dia, ontem já estava aquele lusco-fusco que nos faz sentir receio de andar pelas ruas largas, com pouca gente e muitos cães.

Por outro lado, estou mais animada. Há outro fôlego para conhecer Bucareste. Dá para sair à rua sem destilar, conseguindo respirar.

A caminho de casa, vinda da minha terapia semanal, vinha acompanhada da médica. O taxista decidiu tomar uma rota diferente... uma discussão enorme começou no táxi e eu fiquei a perder: paguei mais e fiquei longe de casa porque não quis continuar sozinha no táxi com um homem musculado e zangado. E ainda por cima, estava a disfrutar completamente da paisagem: Bucareste tem imensos jardins, prédios antigos imponentes e, alguns, arranjados ou mesmo não o estando, ainda com o seu centenário esplendor... Há muita coisa por descobrir e já pouco tempo para o fazer.
Imaginavam-se a dizer isto?

Contudo o trabalho é toda uma nova realidade para mim - trabalhar numa grande empresa em que nem todos gostam de mim, em que uns, pelo contrário, não gostam declaradamente, em que é preciso muito comunicação e uma boa e organização. Dias e dias a fio a ver e rever a mesma documentação, chego a casa e sonho com nomes como Cocos Sita ou Paraschiva Eugenia. Dumitru Nicolae.
Sei que, se sempre soube que não fui feita para mulher-empresária, no meio de uma "família" empresarial, agora não me restam quaisquer dúvidas.
Sou selvagem demais, sou esquemática, sou egocêntrica e não sei trabalhar em equipa. Sou pouco flexível, e apesar de adorar ensinar, fico impaciente quando os formandos não aprendem nem à terceira nem à quarta. Admito que todos os problemas sejam culpa minha. Há coisas a melhorar. Outras não tanto. Não sou, nem serei nunca uma pessoa submissa. Sou prestável, mas não gosto que abusem. Gosto de ter uma lista de tarefas, de preferência que me ocupem muito tempo, mas não gosto quando me dão trabalho só porque não gostam de o fazer.

(Atenção: Sou a favor da liberdade de escrita. Não pretendo ofender ninguém nem caluniar qualquer empresa. Nunca disse sequer em que empresa trabalho e não pretendo com este texto apontar-lhe o dedo, mas sim apontá-lo a mim. Espero que se alguém ler isto e se sentir ofendido, pense duas vezes antes de levar a mal... )

Aprendizagem,claro. Sempre. As diferenças, as adaptações. Por aqui há muitas burocracias, coisas que nos fazem retroceder uns 10 anos no tempo - nada é informatizado ainda, tudo tem que ter cópias legalizadas, os notários estão cheios e ocupados, sejam eles quais forem, e tudo leva muito tempo.

É uma realidade ainda muito distante da nossa, em termos de serviços públicos. Há muita coisas curiosa, mas muita de nos tirar do sério...
Cérebro adormecido? Não... Este trabalho, na verdade até me está a inspirar. Pois vejam, publicaram o meu texto no Fugas :) E fizeram o meu dia:

http://fugas.publico.pt/DicasDosLeitores/308446_romenia-rebolamos-pelo-campo

 

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