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sábado, 13 de outubro de 2012

Como nasce um blog

Talvez escrever signifique colmatar os espaços brancos da existência, esse nada que imprevistamente se abre nas horas e nos dias, entre os objectos do quarto, sorvendo-os numa desilusão e numa insignificância infinita.

Claudio Magris, Danúbio

O meu primeiro blog foi incentivado por um amigo que tinha a mania que eu ia ser escritora, quando fosse grande. De facto, em pequena eu queria ser escritora, poetisa, mas também queria ser hospedeira e professora. Cheguei a fazer edições de livros de poesia ilustrados, vários exemplares.
Em que para mim poesia era um verso em rima e that's it.

Esse blog tansformou-se em desabafos, em partilha de cultura, em citações, em sentimentos.

Quando ia viajar, decidia sempre fazer um blog para mostrar a todo o quão fantástico era o local onde estava.

O mesmo se passou quando vim para a Roménia. Uma parte de mim queria ser a Sara que desapareceu do mapa por 5 meses e de quem todos vão sentir saudades e ter poucas notícias. Para quando voltasse sentir o impacto de ter estado longe. Mas eu não sou assim... não consigo. Ainda nem tinha saído de Portugal e já estava a dar notícias. Achei que o blog ia morrer nas primeiras semanas, que ia deixar de ter o que contar, o que mostrar, mas a verdade é que ele me veio preenchendo nos dias mais dificies da minha estadia aqui.
No início em que tudo foi tão complicado - os medos, as baratas, a chuva, soube-me bem vir desabafar de maneira humorística para aqui.
Comecei a ver que muitos me liam e tornei as coisas mais sérias - dar a conhecer aquilo que eu vi, relatar as minhas viagens, os locais onde vou em Bucareste...
Porque de verdade, é isso que eu gosto de fazer. Eu gosto é de escrever. Seja sobre o que for, seja um disparate, seja uma rima (é...continuo com essa veia infantil), seja o que sinto. E gosto muito de dar a minha visão do mundo ao mundo.

Quando falo sobre a minha experiência e o que sinto em relação ao que vivi e vivo aqui - com coisas boas e coisas más - é exactamente isso: a minha visão.
Ninguém tem que concordar, ninguém tem que se identificar. Ninguém vive o mesmo que eu, ninguém está ou estará (felizmente para todos) nunca dentro da minha cabeça ou do meu corpo.

Se me acham pessimista muitas vezes porque critico algumas coisas que acho mal feitas, têm a sua opinião - assim como eu tenho a minha. Da mesma maneira que gosto de escrever sobre o que gosto, o que adoro, o que acho bem, gosto de revelar com o que não concordo, o que acho mal feito.

E aqui entra o estágio do INOV contacto também. Para mim não foi a melhor experiência da minha vida. Em termos de carreira, podia ter tido uma oportunidade muito mais enriquecedora, mas nunca o saberei... quem sabe a injustiça do que me aconteceu percebe a minha revolta. Fico contente por quem teve a sorte de ser colocado em boas empresas, em cidades maravilhosas. Mesmo de verdade. Não podendo dizer o mesmo, não o nego - o INOV é mais um enriquecimento na minha vida e de nada me arrependo.
Acredito que tudo acontece por uma razão... Nem que seja por ter podido estar mais perto, por poder falar com a minha família que precisou de mim, por poder ter recebido a visita da minha mãe e as visitas do meu namorado que fortaleceram a nossa relação. Acreditem que tudo isso faz diferença. (já agora gostava de dizer que a Manteiga Mimosa foi o melhor presente que recebi...nunca pensei que me faria tanta diferença, eu que como só por comer...)
Cada um está no seu estado de espírito quando entra numa coisa deste tipo. Nem todos têm a mesma capacidade de adaptação, nem todos a mesma mente liberta.

Mas todos temos a nossa vivência. E muitos temos opinião.

Gostava, por último, de agradecer a todos os meus colegas do INOV que sem nunca me terem conhecido ou talvez me tenham apenas visto no Campus (local do qual eu estive sempre totalmente alheada...tudo aconteceu muito rápido e para mim esses dias não existiram...eu estava em transe), enfim, queria agradecer a todos os que me têm vindo a apoiar em tudo. A dar força, a elogiar.
Queria também apoiar alguns que menos simpaticamente me abriram os olhos para algumas coisas.
E acima de tudo dizer que todos, com as nossas opiniões convergentes ou divergentes, vivemos cada um a sua expiência. E aqui não há lugar a críticas pessoais...

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