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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Generalizar.



“All generalizations are dangerous, even this one.”

Alexandre Dumas.


Romenos. Romenos à espera que o semáforo fique verde, uns já em cima da estrada, quase a ser roçados pelos velozes automobilistas. Pessoas distraídas a falar ao telemóvel, que mal reparam onde andam. Atravessam a correr, mesmo quando perto já está um carro. Encontrões. Cuspidelas no chão. Covrigi ou outro folhado usualmente a ser comido na rua. Servir à mesa com cara carrancuda, guiar um táxi, quase sempre de bico fechado e só o abrir quando é para reclamar da gorjeta dada em moedas. Elas, atrapalham-se quando não falam romeno, nos locais de trabalho e coradas, chamam as colegas para auxiliarem. Passam da simpatia à antipatia num flash e viceversa. Como amigos/conhecidos são dos mais simpáticos: falam sobre a sua história, os seus defeitos enquanto povo. Falam de arte, literatura, do nosso país. Podemos ofender Bucareste que eles ainda ofendem por cima. Quando não nos são nada e perguntamos algo fora do normal, reclamamos ou simplesmente opinamos, quase nos cospem na cara. Mas literalmente cospem-nos olhares de fúria. No geral, os conhecidos são super cavalheiros, os desconhecidos o oposto.
Tudo acontece em Bucareste. Mas sinto que a tudo lhe falta algo - temos teatro, espectáculos de rua, concertos, bares, festivais de cinema...mas a verdade é que lhes falta (e isto é só a minha sensação) uma coisa. Falta-lhes brio. Não sinto nenhuma emoção completa. É mesmo um sentimento estranho. E não me venham com coisas que fui eu que me fechei a este mundo. É inteiramente não verdade. Houve momentos em que me entusiasmei... Mas depois, decaí.
Cafés amorosos, mas falta-lhes algo, casas de chá, mas falta a palavra "acolhedor". No trabalho, no meu trabalho, falta-lhes inteiramente o toque do fundamental profissionalismo - a maneira de lidar com os clientes... bem, fico parva. Mesmo que tenham a maior razão do mundo. Hoje fomos com uns proprietários resolver um assunto e enquanto eu e a colega fomos comer à bomba de gasolina os clientes ficaram no carro. Isto JAMAIS aconteceria em Portugal. Já vi muitas outras coisas do género por aqui. E o mesmo posso dizer enquanto cliente: eu nunca tenho razão.
Hoje, quando o agente imobiliário, que tenta resolver o meu problema com as minhas ex-senhorias (que queriam ir à polícia, ao meu escritório, tudo por uma linha) me disse: "you have to trust in me, Sara" eu só pude responder, que me desculpasse, mas que perdera a confiança em toda a gente deste país.


Mas claro, todas as generalizações são isso mesmo, generalizações.
 

2 comentários:

  1. Dei uma olhada geral em seu blog, tem muitas coisas interessantes, mas permita que lhe diga: menina, que mau humor voce tem! Sua maneira de falar dos romenos é ofensiva e preconceituosa. E isso vindo de uma pessoa que confessa candidamente que rouba em hotéis, como se isso não fosse nada...rsrs. Sara, recomendo-lhe fortemente que não venha ao Brasil. Você vai enxergar apenas a parte ruim, e vai detestar...

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  2. Já fui ao brasil e adorei =)
    experimente vir viver na Roménia!!

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