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domingo, 28 de abril de 2013

O resumo de New York

Uma coisa que gosto de poder fazer em viagem é ir escrevendo. Em Nova Iorque tal façanha tornou-se demasiado penosa, dado que foi um rodopio: acordar cedo, fazer planos, andar a pé muitas horas, intervalar com compras, pular de local recomendado em local recomendado, conciliar com jantares de amigos e conversas tardias.
Posto isto, e tendo colocado o nosso mapa precioso algures que agora não sei onde é, vou fazer os melhores e impossíveis para conseguir contar tudo o que foi importante termos feito.
Dica 1: ao chegar a Nova Iorque é possível apanhar o comboio e o metro para a cidade. Fiz isso e ficou muito mais em conta (também muito cansativo dado o tempo despendido, mas a malta jovem ainda aguenta!) Do aeroporto JFK até à estação Jamaica o bilhete custou 5 dólares. Depois comprei o passe de metro de uma semana, por 30 dólares. Foi-me muito útil. Pois apesar de andarmos muito a pé, chega a uma altura do dia em que só queremos voltar ao nosso ponto de abrigo rápido e aí nada como o confuso metro, com mil linhas e vários comboios que param na mesma estação. Se perguntarem a alguém, qualquer um vos dá a indicação de para onde devem ir.
A casa da Maria Ana, Harold e Fred fica em Lower East Side. É um bairro com origens de imigrantes latinos, há quem possa considerar o ambiente meio hostil. Eu nunca me senti tão segura, mesmo sozinha, em qualquer cidade como em Nova Iorque.
É giro ver a diferença de culturas, o estilo de andar e vestir de cada um, a pronúncia e maneira de falar. Sentimos que entramos num filme. Quando cheguei, conheci os meus ainda considerados (uma vez INOV, INOV para sempre) colegas INOV (c17) dos States. Fomos todos jantar a um restaurante Italiano, pelos bairros próximos. Deu para ter uma ideia da vida nocturna de Nova Iorque. As zonas de Tribeca, Soho, Nolita, Greenwich Village têm muito para oferecer. Uma variedade de restaurantes pequenos e acolhedores, demasiadamente barulhentos, mas que nos envolvem de divertimento. Ninguém parece triste ou em conversas aborrecidas. Os preços para jantar fora são acessíveis e há uma enorme variedade de bares. Desde o hip hop ao jazz. Há gente demasiado bem arranjada para ir beber um copo e há gente com um ar simplesmente descontraído.

Um outro hábito são os Brunchs. Não sou grande apreciadora, pois adoro um pequeno-almoço à gulosa. Com pão, bolos e panquecas.
Em Brooklyn encontrámos um sítio muito giro, chamado Rabbit Hole, com gente muito alternativa. A comida do Brunch a mim não me satisfaz, mas o ambiente encanta-me. Na nossa última manhã em conjunto também tomámos um, perto da "nossa" casa, ao estilo de leste, que espero que algum deles me venha ajudar com o nome... sou péssima nisso (ou escrevo ou esqueço).
As decorações deste locais, bem como das Bakery são um máximo.




Mas não são apenas os locais que são pitorescos. Os cupcakes animam a vista e, apesar de estarem por todo o lado, não foram eles que me tentaram o apetite: boa comida há por todo o lado. Desde lojas de comida italiana, com foccaccias com um aspecto delicioso, a pequenos bolos com ar saudável e maravilhoso, a pizzas, a hamburgers... a caixas enormes de frutos secos (que me deram um enjoo tal que agora nem amendoim consigo comer...), gomas, chocolates, batidos, sumos de frutas, comida biológica. Um sem fim gastronómico.

Comemos em bons restaurantes, desde um marroquino com um nome quase português - morgador, que foi sugestão de um português a residir em NY - o Luís Barroso. O ambiente era muito giro, comemos numa mesa redonda, mas dá para imaginar 8 portugueses a não conseguirem falar por estarem a ser abafados pelo barulho à volta? Passei a noite a beber água, pois eu não falava, eu berrava.
Uma outra noite, jantámos com um outro português residente em NY, um outro Luís (o famoso Luís Afonso de quem já tanto tinha ouvido falar, sobrinho do meu querido Dr. Galamba) comemos num restaurante que tinha de tudo: desde HALIBUT... que eu não sabia que era um peixe, mas agora explica o cheiro da pomada com o mesmo nome. O Market Table (um bocado caro) fica na Carmine e tem um ambiente muito simpático. Seguidamente fomos beber uns cocktails maradíssimos, perto de casa, a um bar chamado EEC (ou ECC?).
O jantar da despedida foi num italiano Epistrophye, seguido de um copo num bar russo, onde a vodka era a escolha predominante: Pravda. O espaço é giro, mas diria que talvez um pouco claustrofóbico. Há bebidas incríveis em todos estes locais, é só dar aso à imaginação. Como... Margarita de côco.

E mais giro ainda, é saber que visitamos locais onde cenas de filmes e séries foram filmadas.
Como a Magnolia Bakery (do Sexo e a Cidade) ou o Lalo Café (do filme You've got mail).

Mas basicamente, o que é giro em Nova Iorque é perdemo-nos nas ruas... passear, beber café, comer um scone, observar as pessoas.
Fizemos tudo o que é muito turístico também. E gostámos. É um sonho.
Times Square é como nas fotografias - muita luz e muitos carros, muitos turistas e muita parvoice. Gozámos à farta com uma malta que estava em cima de um palco para ser fotografada e, depois, aparecer por uns 5 segundos num placard animado em Times Square. Mas que somos nós para não querer também o mesmo?



Ou ir à loja dos M&M. Faz parte. E é divertido e saboroso.
Fomos também ao Ground Zero. Eu queria ir. Mas quando cheguei a Wall Street e comecei a ver tanto flash em todo o lado fiquei enervada. Depois as filas, organização e regras e segurança para entrar no espaço onde existiram as Torres Gémeas. Tudo já me estava a irritar. Mas quando vemos o memorial, mesmo não sendo nada connosco... dá um certo arrepio na espinha. A ideia está bem conseguida: são duas piscinas, do tamanho das torres gémeas na qual está sempre a correr água - as lágrimas por aqueles que ficaram no atentado. Com os nomes escritos, a única árvore que sobreviveu... uma pessoa começa a imaginar tudo aquilo, a grandiosidade do que foi... e sim, toca-nos profundamente.

Também subimos ao Empire State Building. Ninguém vai a Nova Iorque e deixa de parte a possibilidade de ver a cidade do alto. Aqui (e foi o segundo dia em NY mas o milésimo em viagens...) fomos enganadas. Comprámos um bilhete cá fora, supostamente para não ficar em filas, e pagámos muito mais do que deveríamos ter pago. Como é que ainda me deixo levar por estas coisas?
Bem, mas tudo está bem quando acaba bem e quando nos faz rir muito pelo meio.



Não ignorámos os Starbucks e os Mcdonald's, tão úteis para cafés, wifi e casas de banho.
De resto, ainda comemos uma vez num Subway, barato e substancial.
A Carolina não largou um só dia as dicas dadas por amigos e conhecidos e eu andei quase todos os dias, até o pescoço começar a acusar muito cansaço, de máquina atrás.

Se houvesse alguma coisa turística que aconselhava a saltar, diria que a ida de ferry a Staten Island que, apesar de grátis, é pura perda de tempo. Sim, giro, vê-se lá ao fundo a Estátua da Liberdade, mas também se vêem muitas na rua (e algumas vivas).



Já apanhar o teleférico de Roosevelt Island para Manhattan, nós gostámos! Nem que seja porque foi emocionante.
Ou ir ao High Line, que é uma antiga linha ferroviária, hoje transformada num jardim. Ambas as experiências nos dão uma diferente perspectiva do que é andar na rua, com os prédios altos por cima de nós ou acima dos prédios e no meio destes.
É engraçada a variedade de formas sob as quais podemos ver Nova Iorque.
Sempre que ia na rua, ia pensando no que queria escrever. De facto, é sim, uma cidade inspiradora.

Há pequenos recantos que denotam qualidade de vida, como a biblioteca de jardim do Bryant Park, as mil e umas possibilidades de passar o tempo, no Central Park. As caminhadas pelas pontes que vão dar a Brooklyn, nomeadamente, a própria ponte de Brooklyn (também um ponto turístico que eu não evitava).




 É uma cidade para todos os gostos.
Qualquer um fica contente: eu fiquei por andar de carrossel em Brooklyn com uma vista linda, a Carol ficou quando pôs os pés no Campus da Universidade de Columbia.
Há ainda feiras, mercados, lojas alternativas, em todo o lado: desde o Market em Greenwich Village, ao Flea Market em Brooklyn, ao Chelsea Market.
Bibliotecas públicas lindas, livrarias, lojinhas...
De perder de vista. Uma semana é bom, mas nunca é tempo suficiente para se conhecer Nova Iorque.

Se um dia alguém me quiser oferecer um presente em grande? Ofereçam-me um curso de escrita em Nova Iorque!

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