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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Os cabrões da Airfrance, um cóco de pássaro não abençoado e meter a cabeça debaixo dos lençóis...

Bem, já todos devem ter lido sobre a nossa saga com o voo..
O aeroporto de Lisboa estava o caos, entre os tristes episódios em Paris e a neblina na Europa e o nosso voo só saiu com 2 horas e meia de atraso.
Tal como previmos, chegámos atrasados para o voo de conexão e ficámos em terra. Sem malas, sem nada... apenas com a nossa provisão de uma t-shirt e um par de cuecas cada, porque já não somos novatos nisto (sendo que agora somos bem mais experientes e para a próxima vimos totalmente equipados para o caso de ficarmos sem malas mais do que 24 horas, ou quem sabe, PARA SEMPRE....). Após hora e picos no balcão da Airfrance, com o Kico a repetir-me incessantemente "Pede o kit higiene que deram àqueles turistas", apanhámos o autocarro até ao hotel, munidos de um cobertor (que também precavida trouxe de casa e foi o que me valeu, no meio da Europa em pleno Janeiro pronta para viajar para a Índia...) e do super kit - uma t-shirt lavada, uma gilete para tirar os pelos, uma pasta de dentes de uma só utilização, um creme e um desodorizante que cola mais que o suor após uma aula de cycle de 75 minutos...
Chegámos tarde e sem culpa fomos de barriga meia vazia para a cama, porque perdemos a hora do jantar.

Mas a coisa ainda estava para piorar, quando aterramos em Bombaim, depois de um voo inteiro ao lado de um finlandês que mesmo sem perder as malas não via um desodorizante há mais de um mês, e somos recambiados para o balcão da airfrance, uma vez mais, para comunicar que as nossas amadas mochilas não chegaram a bom porto.

Com um outro super kit higiene, igualinho ao anterior, apanhámos um táxi pré-pago até ao hotel executive enclave, porque a dormida em casa do franciu amigo da Maria já lá ia - sem saco-cama e sem toalhas, o que íamos fazer?
A rota aeroporto-hotel meteu medo que doeu: uma Bombaim deserta, povoada por ratazanas e homens de turbante às tantas da manhã na rua, e o nosso táxi amarelinho, conduzido por um fakir, munido de punhal à cintura, quase que atropelava os cães vadios.

Lamentos à parte, que isto só dá para rir, lá arrotámos uma nota preta num hotel mal lavado e aqui continuamos à espera...

Hoje decidimos passear no bairro - Bandra - para nos perdermos um bocadinho, mas o bocadinho tornou-se bocadão. Levei uma cagadela de pombo que me escorreu testa abaixo, só para não ter a mania, que ainda por cima não veio abençoada! As malas continuam sumidas... Não foi por isso que deixei de ser mirada dos pés à cabeça por tudo o que mexe nesta cidade, o que aqui em vez de lisonjear (o Kico pergunta-me se me sinto no auge...) até ofende.

Eu sabia que se a Luísa me disse para eu trazer o lenço que ela me deu, que o devia ter trazido. Mas pareceu-me tão mal empregado e pesado que o decidi deixar em casa. As minhas superstições dão-me sempre sinais e agora acho que só me resta dizer "Desculpa Luísa! Uso-o o verão inteiro, prometo" É isso ou aceitam-se apostas para adivinhar o autor da praga rogada contra nós...

Assim, como umas avestruzes cansadas e desoladas, só nos resta enfiar-nos debaixo dos lençóis encardidos enquanto tentamos enxugar as mesmas meias, cuecas e t-shirts que já foram e voltaram depois de três banhos e já andam de pé, esperando pelo milagre de N. Sra. da França.

Todos juntos, por favor, rezemos ao Ganesh, para que remova (e rápido) este super obstáculo...

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