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sábado, 10 de janeiro de 2015

yolo

'Tá calor, pois 'tá! E era tão bom se não fosse a falta de desodorizante de jeito, a mesma roupa todos os dias e os ténis com meias. Era tão bom...
Mas continuamos sem sinais das nossas queridas mochilas, nem mesmo após a pior jornada por nós os dois já elaborada até hoje: pegámos um rikshaw, de manhã, e pedimos para ir ao aeroporto. Saltando a parte em que ele primeiro nos levou ao aeroporto doméstico e nos fez andar a correr de um lado para o outro, relembremos o ridículo de sermos barrados à porta do internacional. Não se entra, só se sai. Com um humor de slumdog (que vai variando de um para o outro, raramente coincidindo...) comecei mansa, mansa até ser aconselhada pelo segurança do aeroporto, que me deixou entrar de surra, a partir tudo. Gritei, esperneei, torci os olhos (como vocês bem sabem) e ao fim de três horas perdidas naquele inferno indiano, voltámos para o rikshaw sem mochilas ou novidades delas.
Só que o nosso rik nem esperou por nós (ficou a arder com o dinheiro, ou ardeu debaixo deste sol) e, depois de despejar a raiva no pc, através de emails, formulários e facebook da Airfrance, fomos encontrar a malta a Colaba.
Uma hora e meia de trânsito para nos enfiarmos, com a cabeça a prémio, no Leopold Café. Enquanto procurávamos e não encontrávamos o Quim no meio daqueles primos todos, fomos quase enganados por um Aladino que: 1 - também era de Goa; 2 -  também vivia no Bandra; 3 - também sei lá mais o quê em comum connosco, dizia que Sara era nome Indiano e que o Kico era da família dele (estava na cara, com este cabelo e esta barba).
Uns naans depois, cheios de alho que me deixaram a boca irritantemente com tal odor toda a tarde, fomos passear pelo sul de Bombaim, sempre escoltados pela prima do Quim, a Ayesha, que de um arranjinho feito pela tia para nos levar "dancing" passou a rainha da parada e melhor guia de sempre!
Fomos até ao Hotel Taj Mahal e ao Gateway, nós e todos os campónios indianos que vieram cá passar o fim-de-semana, que vieram connosco no passeiozinho de barco até à área naval (meio banhada!)

Não sei como podem dizer que Bombaim "não vale a pena", "não é nada de especial", "é um caos e só um caos". BOMBAIM É UM ESPECTÁCULO!!!
Tudo é shanti, colorido, psicadélico, enérgico, animado. Há imensa pobreza, é um facto, e que nos choca: as crianças que dormem no chão, as mulheres com os seus lindos saris e os bebés ao colo a pedir esmola... Mas de tudo o que eu imaginei, entre o filme quem quer ser milionário e o livro Shantaram, só vi as partes boas. Fora as ratazanas que aparecem de noite, e os bairros de lata que de vez em quando vamos vendo, tanto Bandra, o bairro onde estamos a dormir, como Colaba têm prédios altos, uns super luxuosos, outros com estilo colonial mas bem arranjados, boas lojas, bons restaurantes, bons carros. saris (ai adoro os saris...)
Não é tudo vacas e pó, crianças sem olhos e velhos sem pernas. As camionetas são às cores, os tectos dos táxis são decorados e todos os veículos têm escrito na traseira PLEASE HORN. O barulho é infernal mas num misto de gente stressada com ritual sonoro e condescendente que faz com que o trânsito vá fluindo. 
É uma cidade cara, mas aconselho muito mesmo!
Apesar de tudo, espero amanhã conseguir abalar e partir rumo a outros destinos... porque, como diria a Ayesha, YOLO e não há tempo a perder.
- Yolo? But you are Indian. OMG, that is so AMERICA. Don't do that! - Grita o Quentin, desesperado! (o tal amigo da Maria, que nos ia alojar mas que só conhecemos hoje e ADORÁMOS) 
- Yolo?!?! Isso é alguma coisa shanti? - quero eu saber toda excitada, para aprender coisas novas!
- You Only Live Once.

YOLO.

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