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sábado, 8 de setembro de 2012

Meanwhile, pelo resto do mundo – La Corunha

Esqueçam a cena da da crónica ser semanal. Vem quando vier. Porque há muitos boas histórias e 7 semanas são capazes de não ser suficientes...

Se eu achava que tinha problemas com as minhas senhorias, se quase fui expulsa de casa por problemas com as contas mensais e se eu fui enganada todos os meses (não enganada, mas conformada com a trapalhice…), vejam quem mais têm problemas com as suas casas.

Esta história é do Bernardo Vidal e bate qualquer episódio hilariante de todos os que já nos foram relatados no grupo do C16.

Estava fora da cidade quando recebe uma chamada da sua companheira de casa italiana a queixar-se da outra companheira, a alemã, protagonista desta história. Fora ela quem subarrendara os respectivos quartos à italiana e ao português.

Ao que parece a alemã queria que a italiana se fosse embora porque tinha um amigo que precisava do quarto, isto sem aviso – “sais e já porque eu é que mando”. Chega o Bernardo à Corunha e já a italiana se tinha posto a andar, debaixo de uma fortíssima pressão psicológica da alemã (desligava-lhe o gás enquanto tomava banho, punha música às tantas quando a italiana tinha de dormir, e outras coisas assim).

O Bernardo, licenciado na mesma faculdade que eu e, como tal, não é gajo de estar calado, mandou uma descasca daquelas porreiras na alemã – pode até chegar a ter dito pelo meio que ela tinha problemas mentais, já não se recorda bem. Nisto a miúda passa-se e começa a fazer com ele o mesmo que fez com a italiana: desligou esquentador e guardou tudo o que era da casa no quarto dela - todos os talheres, detergentes, papel higiénico, coisas assim. Isto durou dois dias.

Na sexta seguinte, já farto de estar sempre em casa preocupado com esta situação e a tentar arranjar outro quarto, o não conformado Bernardo decidiu ir dar uma volta para espairecer – ou seja, foi para os copos. Chega ele a casa às 4 da matina e já bem aviado, quando ao tentar abrir a porta repara que a miúda se tinha fechado lá dentro com uma corrente.
Dado que tinha a sua vida naquele quarto ligou à policia que, após meia-hora de discussão com a miúda, lá a convenceu que o rapaz tinha todo o direito a entrar e a dormir no seu quarto. É de referir que a alemã lhe deixara todas as suas coisas empacotadas no hall, prontas a serem levadas dali para fora!
Aí ao raiar das 8:30 entra a miúda no seu quarto aos berros, acompanhada do tal amigo que veio substituir a italiana, acenando com o guito equivalente à metade do mês que o Bernardo já tinha pago e a dizer que estava na hora de ele se ir embora. Tudo isto acompanhado de berros dos dois, insultos em alemão (acha ele!) e pontapés nas suas coisas. Tal filme de sábado à tarde em que hà uma bitch no campus da universidade e que expulsa a nerd?

Pacificamente acedeu, até porque não estava com paciência para aturar este tipo de gente, possivelmente por ainda se encontrar sob o efeito do mui afamado licor de café galego.

Após mais de uma hora a tentar enfiar todos os
seus pertences dentro do seu renault clio (coisa espaçosa, como devem imaginar), deu por si a ir para o escritório, a um sábado de manhã, para enviar emails furiosamente a ver alguém lhe dava guarida por uns dias. Acabou por ter sorte e encontrar uns gajos porreiros que lhe arrendaram um quarto a partir do dia seguinte. Ainda dormiu em casa do seu chefe, o que não foi mau de todo  dado que tem piscina e o gajo gosta de fazer mojitos e caipirinhas.

Pois… parece que há males que vêm por bem!
Mas como diria o Bernardo:

Beat that!


2 comentários:

  1. Se o tal Bernardo fosse só Zé, e saíse aos Marques que adoptaram o lema «brutos sim, burros não», ou aos Marcêlos, adeptos do vai ou racha, dava duas lambadas à Mércola ( corruptela medieval de Mékerl)e amigo, e desandava porta fora sem chamar a polícia, órgão desestabilizador, por vezes impeditivo, da justiça directa. Mas foi teso, na medida em que só desamparou a loja depois de ressarcido do que pagara antecipadamente, em conformidade com o direito dos países europeus, honrando os seus antepassados jurisprudentes.
    A Sarucha deve ser um coração de oiro pois, com certeza, na divulgação do feito só se preocupou com o aspecto preventivo que ele encerra. Aviso aos incautos.
    Um beijinho para a Sharucha do avô do tal ZÉ Vidal

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