Após a nossa primeira noite neste
hotel, que achámos mesmo sinistro e desconfortável, empenhámo-nos na busca
de um outro. O preço foi exactamente o mesmo e, tirando o cheiro a canos
insuportável vindo da casa-de-banho (que entendemos, não podia ser de outro
modo, dado nesta ilha o saneamento básico ser quase inexistente), se mostrou
muito simpático. Tínhamos vista para a praia e tudo. (foto aqui).
Descobri, no fim da viagem, que me roubaram um fio de prata,
deixando-me todas as medalhas que estavam agarradas a ele. Eu acho que foi
neste hotel, mas a Rita assistiu a parte da limpeza do quarto… (O hotel é o
Tara Inn, mesmo bem localizado, perto da praia e com água quente).
Apesar do mau tempo que apanhámos (que azar, mesmo!), divertimo-nos
imenso nas Phi Phi. O ambiente não é nada o nosso género – a média de idades
ronda os 25 anos, a praia está repleta de estrangeiras loiras e grandes e a
noite é uma festa imparável de jovens inconscientes, que se penduram em postes
e acabam as noites a fazer tatuagens.
Apesar de tudo, fizemos um grupo de amigos incrivelmente calmo e
divertido ao mesmo tempo, na sua maioria israelita. Aliás, percebemos que eles
abundam aqui, havendo até restaurantes israelitas e tivemos a oportunidade de
assistir a uma cerimónia religiosa, desta altura (o Natal deles, segundo
percebi).
Passámos os dias na praia (cheia e não muito limpa) da ilha,
espreitámos a festa da praia e fingimos estar no espírito, mas depois de muitos
ataques masculinos fomos para casa dormir, tentámos infiltrar-nos na piscina do
hotel dos nossos amigos, mas fomos expulsas, depois de um deles me ter fingido
empurrar para dentro de água, comemos incrivelmente bem (peixinho fresco com
batata cozida!) e fizemos programas diferentes. Quase lutei num ring de Box tailandês contra a Li, uma israelita do meu tamanho (mas o que eu queria mesmo era bater nas gorduchas loiras), mas quando nos vieram dar os calções para usar... suados, que quase se aguentavam em pé, e olhámos para os lutadores que estavam a usar as protecções da cara que cuspiam e sangravam por todo o lado e pensámos que tínhamos que usar aquilo... bom, mudámos de ideias, deixando a nossa claque bastante aliviada. Num fim de dia alugámos um táxi
barco (na ilha não há carros, toda a gente se desloca de bicicleta, no meio dos
turistas, o que é um autentico caos) e fomos até Maya Bay. A ideia era ficar lá
até escurecer para vermos o fenómeno incrível do plâncton que existe na água. Entretanto,
caiu uma carga de água e nós ficámos debaixo de uma cabana local até que
parasse. Não chegou a escurecer totalmente, e tivemos que deixar a ilha, mas
ainda conseguimos ver umas luzes na água. A viagem de volta foi a mais cómica
de sempre, num long boat. O vento soprava e as ondas pareciam enormes. A água molhava-nos
vinda de todos os lados. Nós berrávamos e o Mr. Yes, o nosso taxista, que estoicamente se aguentava de pé a
guiar o barco, gozava connosco e quando nós nos calávamos, gritava ele. Então empenhámos
uma cantoria de músicas fatídicas, como o My heart will go on, do Titanic. Após
cerca de uma hora, conseguimos gritar vitória, por termos chegado a terra,
vivos. Porém, não contentes, eu e a Rita decidimos ir num tour no dia seguinte.
A verdade é que não queríamos deixar a Tailândia sem um snorkeling de jeito. E
foi pena termos visto Maya Bay com uma péssima luz. O snorkeling foi de facto incrível:
vimos peixes lindos, cores fantásticas: verde, azul, amarelo. Durou uns 20
minutos e voltámos ao barco. A chuva voltou a fazer-nos companhia e transformou
aquele passeio num pesadelo. Ficámos uma hora em Maya Bay, dentro do barco
(pois para entrar na ilha é preciso pagar 200 Bahts e nós já a tínhamos visto),
a bater o dente e a preparar-nos para o frio que nos vai acolher dentro de dois
dias, à nossa chegada a Lisboa.
A chuva veio dizer-nos adeus no nosso último dia nesta ilha, onde sem
dúvida, passámos uns óptimos dias, porque às vezes, as pessoas que conhecemos
fazem a maravilha do lugar onde estamos.
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