Decidimos ir para Samui e não para outra qualquer. Não nos lembramos
bem porquê. A ilha é enorme e nós apenas possuíamos como meio de transportes
dois pares de pernas cansadas. Assim, metemos conversa com um casal francês no
ferry, para saber onde iam ficar a dormir. Em Lamai, uma praia que a Rita lera
que era das duas melhores. O Julian
(Monteiro ou algo que o valha, pois o pai, desconhecido, era de Miranda do Douro)
mal chegou a terra e pôs-se a vomitar (tenho toda uma panóplia de histórias
sobre vomitados, nomeadamente hoje um miúdo gordo que a chegar às Phi Phi
vomita para as suas mãos e atira tudo ao mar… e o resto nem vos conto se não
começam a franzir a cara, tal e qual eu estou agora!). Amarelo mas já em forma,
o franciú estava disposto a regatear os preços de transporte, mas nós e a
Anais, a namorada (ou a esposa, de 22 anos, como ele apresentou à recepcionista
do Bungalow onde ficaram) já não e por isso apanhámos um taxista com um ar de
AC/DC que nos fez um desconto de 200 Baths sobre o preço normal. Quando
entramos num táxi com ar condicionado (para percorrer a meia hora de distância
entre o porto e Lamai) vejo um cartão, por detrás do lugar do condutor que diz:
decore esta informação – nome, número e fotografia do motorista. Eis que a
fotografia e o motorista não condiziam. Anais quis logo saltar do táxi, mas eu
disse-lhe que estava tudo bem. C’est l’ Asie.
Como já não havia lugar no mesmo hotel deles, ficámos no a seguir,
mesmo em cima da praia – Amity Bungalows. Não sei como vos descrever tamanhas
personagens que dormiam ali. Um tarzan de sunga, na sua varanda, de lá não saiu
todos os dias, agarrado a um livro. A única vez que saiu pensámos “mais valia não
ter saído” pois não só tinha sunga mas também fio dental. Os restantes eram
todos homens mais velhos, uns com tailandesas, outros uns com os outros. Não
conseguimos perceber se eram gays, se eram engatatões, se eram normais. Bem,
mas na dúvida, fingíamos nada ver. Dormimos na praia toda a tarde e fomos
jantar ao “centro”. Se o kico achou
algumas partes da viagem parecidas com o Algarve, o que diria ele disto… um
Algarve no Inverno (porque tinha pouca gente e até um Pai Natal tailandês e uma
anjinha bifa…) e pouca gente, a maioria homens e tailandesas que chamavam toda
a gente… enfim, terrível.
Valeu-nos um tour mesmo giro que fizemos (mas super caro!) ao Parque
Marítimo Angthong. Passámos na MAE KOH para ver a Lagoa. Aí ajudámos a Ally,
uma australiana que se sentia mal. Tinha comido qualquer coisa que lhe fizera
mal e só chorava. Estava com mais três amigas, muito queridas, com quem
passámos o resto do dia. Em Wua Ta Lap, tentámos fazer snorkeling. Mas fomos
enganadas. É que comprámos o tour mesmo para o snorkeling e no fim de contas
este era opcional, feito na praia e com uma visibilidade péssima. O que
resultou num encontro entre mim e uns 6 peixes diferentes, sendo que só um era
digno de óculos transparentes. E a recepcionista do nosso Bungalow, de todas as
4 ou 5 vezes que lhe perguntei se o snorkeling era bom disse-me sempre “yes,
please”…
Mas foi divertido, fomos muito elogiadas pelo nosso bronze (hoje
também!) e conhecemos pessoas simpáticas. Comemos arroz com arroz e um bocado
de ananás e à noite quem esteve péssima de saúde fui eu. Vomitei, tive dores de
cabeça e enjoada a noite toda, bem como o dia seguinte. Por isso ofereci a mim
mesma um luxo de uma massagem à beira mar, durante uma hora, por 300 bahts
(cerca de 12 euros). Foi uma das melhores da minha vida (Inês, a tailandesa foi
soft, só me fez uns alongamentos que me puseram óptima!). Jantámos na praia e
fomos descansar.
Hoje, às 6 da manhã estávamos a arrumar tudo para partir para as Phi
Phi. Chegámos cá às 3 da tarde, depois de minivan, barcos e autocarros e mais
barcos. Adorámos, mal pisámos terra. Mas depois estivemos duas horas à procura
de um sítio decente para dormir… Já cansadas fomos a um posto de turismo. O
rapaz era mongo. De todo. Vendeu-nos um quarto e fomos parar a um hotel com o
mesmo nome, mas parecido (como eles dizem, same same but diferent) e tivemos
uma hora para recuperar o nosso dinheiro. Acabámos num hotel que tem tudo para
ser bom. O senhor fez-nos a menos de metade do preço marcado e nós aceitámos
aqui ficar. Mas só nos perguntamos, com uma ilha destas, porque é que isto não
tem as paredes pintadas? Porque é que a casa de banho é tão nojenta? Porque é
que isto tem buracos por todo o lado? Porque é que a rede mosquiteira está
rota? Bem… pelo menos estamos num sítio alto da ilha. Se vier o Tsunami estamos
protegidas.
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