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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Someone please call 911

Nas últimas horas pensei mesmo: nunca mais volto a viajar sozinha para tão longe.
Tive a minha pior viagem de sempre, de regresso a casa.
Depois de me terem cancelado o voo de NY para Munique e Munique - Lisboa, consegui remarcar para mais tarde, de NY para Frankfurt e Frankfurt para Lisboa.
Nos últimos dias na cidade, o meu corpo estava a dar sinais de cansaço e de que alguma coisa não estava certa.
Mas foi quando apanhei um metro, um autocarro, um comboio e outro comboio para chegar ao aeroporto que a porca torceu o rabo.
Quando ia no autocarro comecei a sentir um enorme calor. Pedi para sair mas o motorista disse para eu voltar para o meu lugar e não ligou aos meus queixumes. Berrei por um saco de plástico, e tudo começou aí... O senhor perguntou-me se eu queria uma ambulância e eu, já completamente desesperada disse que sim. Mas depois comecei a pensar melhor, eu tinha que chegar ao aeroporto.
Então lá larguei o meu saquinho de plástico e, no meio daquela gente toda, fiz o maior esforço físico para me manter em pé e chegar ao aeroporto.
Claro, o caos estava instalado. Greves da Lufthansa iriam ditar as piores horas seguintes. Fiquei duas horas para saber o meu destino, com idas recorrentes à casa de banho. Tinha de levar malas e casacos, e livros e jornais. Uma francesa que adora "míámi" não parava de falar comigo e dava-me comprimidos para o estômago. Às tantas, quando foi a minha vez de ser atendida no check-in (a última, claro...) já só conseguia chorar. Eu dizia o quão desesperada estava, que nem em pé conseguia estar, e a mocinha a dizer-me que eu tinha que ficar em terra porque na Alemanha não ia ter voo para Lisboa. Mas que ninguém me podia pagar hotel. Comecei aos berros, mesmo triste, a dizer que tinha feito uma viagem de duas horas até ao aeroporto e a rapariga, que arranhava o português, teve tanta pena que me arranjou um voo, levou-me à porta do avião e reencaminhou a minha mala directamente para o nosso voo (que contra todas as minhas expectativas chegou ao destino, mas teve ainda sujeita a revisão na alfandega...)
Quatro assentos só para mim, muito chá e coca-cola, todo o voo a dormir e lá consegui recuperar.
Cheguei a casa sã e salva (mesmo não tendo a hospedeira do voo querido que eu entrasse no avião dela...), pronta para amanhã voltar ao trabalho.
Seguidamente virão pormenores da cidade louca que é Nova Iorque.
E ainda dizes tu, Maria Ana, que as coisas acontecem...


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