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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Uma estucha do camandro e Trezentos aéreos lançados ao ar.


Após dois dias de tréguas, os deuses voltaram a fazer das suas...

Acordada às 4:30, cheia de sono e com muito frio mas muito feliz porque íamos de avião quase directo, para Vanarasi.



O Kico foi ao balcão de informações da Jet airways, enquanto eu chillava ali um pouco. Como ele nunca mais vinha, tentei encontrá-lo, olhando ao redor mas só via pessoas (muito) parecidas com ele. Lá chegou o meu homem com um ar tristonho. “O voo está atrasado” – pensei.
“Baby, marcámos o voo para dia 21 de Junho...” &%@# Não, não podia ser. Eu não podia acreditar. Mas, mesmo na Índia – onde tudo é possível – quando fechamos os olhos para ver se as coisas más não acontecem, não resulta. Aliás, às vezes quando fecho os olhos na Índia, a tentar adormecer, vejo macacos e pessoas a arrastarem-se pelo chão, todos pintalgados, num frenezim de buzinadelas. Por isso mais vale estar acordada. Acordados ficámos nós (e até apitámos), quando fomos pagar a mudança de bilhete, para conseguirmos não estragar mais os planos.
Estas nabices acontecem, é um facto. Mas a mim...



Apanhámos o avião seguinte para Delhi, não sei antes passar num cybercafé do aeroporto e espreitar os hotéis. Não eram maus, nem eram caros como em Bombaim. Tirámos alguns nomes e prometemos não pensar mais sobre o assunto. A viagem de 45 minutos passou, literalmente, num piscar de olhos. Quando abri estava na cidade mais nublosa e gelada da Índia. Já no aeroporto, felizes por pelo menos não nos terem perdido as malas (vá lá, nem tudo é mau!) lembrámo-nos de ir àqueles balcões onde já nos arranjam um quarto para passar a noite. Pedimos um perto do aeroporto, depois pegávamos um rickshaw e íamos dar uma volta à cidade. Eu baralhei-me nas contas, o Kico não opinou muito e afinal fomos para a um hotel de beira de estrada (o que na Índia é bem pior que uma A1 em termos sonoros e de limpeza do ar), caríssimo, sujo, feio, mal cheiroso e frio. Mal entrei no quarto, disse logo “nessa cama não durmo eu”, ao que os empregados se ofereceram para mudar os lençóis. Mas o ar condicionado não funcionava e nós não viemos preparados para o inverno, por isso tivemos direito a um “upgrade” para um quartinho refundido, que faz resvés ali com um galinheiro e tem pombos a arrulhar no respirador da casa-de-banho. Como o restaurante do hotel era caro, decidímos ir dar uma volta, à procura de algo menos mau. Foi como ir passear às Galinheiras (ou pelo menos o que eu imagino daquilo) mas há 20 anos atrás. Após comermos pó, eu ser comida com os olhos, voltámos desanimados e entrámos no hotel, pedimos uma pizza (tinha que ser algo seguro). Mas não! Uma pizza coberta com camadas de queijo ransoço que nem descia goela abaixo. Decidimos fingir que este dia nunca tinha acontecido, que nunca tínhamos pisado Delhi e que íamos aproveitar para estudar Varanasi, ver os hotéis lá e as viagens de lá para o Sul. Tudo muito bem, até à Internet do hotel ir abaixo e não nos restar mais do que esperar...

O quê mais, hein?

Um comentário:

  1. Nem sei que diga... Mas vale por mais uma experiência. Beijinhos para ambos

    Avó

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