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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Adeus Colômbia

Gostamos sempre de reservar os últimos dias das viagens na cidade a partir da qual vamos voltar para casa. Normalmente acabamos sempre exaustos, sem vontade de caminhar mais e já cheios de emoções e por isso mesmo os últimos momentos parecem mera espera.
Para voltar para Bogotá escolhemos Santa Marta, onde passámos meio dia e uma noite. Achávamos que tínhamos reservado um hostel confortável para descansarmos antes de voltar, mas afinal foi mais um fiasco. As fotografias do Booking deviam ser do dia da inauguração e fomos encontrar um quarto com paredes cheias de salitre, a cama por fazer, um tanque que denominaram de piscina, onde três turistas molhavam os pés. O pequeno-almoço foi uma luta numa cozinha minúscula, entre o Kico e os adolescentes viajantes que não viam banho há meses, de volta de uma torradeira que torrava de cada vez duas fatias de Panrico (mas desta vez versão integral). No final, acabei a lavar os pratos, com um fiozinho de água fria e uma esponja gordurosa.
Santa Marta foi o sítio mais quente onde parámos, o que nos tornou ainda mais vegetativos. Deambulámos pelas ruas velhas e acabámos os dois, catatónicos num café a ver as horas passar.
A cidade é pobre e, quando jantámos numa esplanada na rua, senti-me em Bucareste. Incomoda tanta miséria, assusta o estado de algumas pessoas. Tanto o nosso hostel como a única loja em que entrámos, trancam-se a sete chaves. Há mil recomendações para não passarmos na rua em frente da igreja depois das nove, dez, onze horas. Por isso, engolimos uma pizza (mais uma) e chispamos para o quarto.
Apesar de tudo, Santa Marta é genuína, é musical, é original.
De manhã, regressamos a Bogotá, mas do outro lado da cidade. Instalamo-nos na Zona T, depois de uma hora parados no trânsito. Finalmente encontro um local bom para comer: um pequeno restaurante amoroso que vende empanadas (mas desta vez das boas) com vários cheios diferentes. Não só almoço/lancho ali, como à noite vamos lá novamente. No final, quis deixar uma gorjeta à miúda e com tanta confusão, acabei por lhe dar 11 cêntimos. Morta de vergonha, torço para que ela tenha percebido que nos enganámos.
As ruas são um rebuliço, entre lojas e restaurantes. Há muita gente, barulho e trânsito e, exaustos, vimos dormir.
Amanhã voltamos para casa.
Ainda mais fortes.
 


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